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HISTÓRIA DE PORTO NOVO


Um Pouco de nossa história
Porto Novo do corrente Bahia Brasil

Clima:  Quente e Seco 
Temperatura Média 30º C 

COMO CHEGAR
 De Salvador para Santana linha de ônibus Novo Horizonte/Central Bahia pelas rodovias: BR-324, ligando à BR-116 e 242, até a localidade do Javi onde liga com a BA-172. De Brasília para se chegar à Santana (são 630 km), segue-se sentido Sobradinho, indo pela BR-020, nas proximidades do Posto Rosário, logo a 16.5km, à direita está a BR-349 (via Correntina) e em Santa Maria da Vitória, à esquerda segue-se pela BA-172, num percurso de 52 km, está Santana. De Barreiras para Santana, são dois acessos – um pela BR-242, até o Javi, onde à direita segue-se pela BA-172 e a outra opção é via Baianópolis pela BR-430 (estrada de barro). Com uma extensão de 172 km, economizando-se algo em torno de 100 km se houver preferência pela BA-172, via Javi. 
Quem vem por Bom Jesus da Lapa, é só seguir pela Br349 sentido São Félix do Coribe Ba, chegando na comunidade do entroncamento de Porto Novo entra se a direita e logo depois de 4.8 kms de estrada de Chão você estará na margem do rio corrente visualizando do outro lado da Margem do rio Porto Novo do Corrente. Chegando em uma dessas cidades limites é só informar, estamos a menos de 30 minutos.
Localização
Extremo Oeste Baiano
Limites de Porto Novo Bahia 
Santana Sede, Santa Maria da Vitória, São Felix do Coribe, Sitio do Mato e Serra do Ramalho
Distâncias 724 km
Você sabia que o distrito de Porto Novo, foi criado em 25/07/1918 pela lei estadual n° 676 de 20/08/1906


 
RUMO AO CORRENTE
Autor: Manoel Cruz

RUMO AO CORRENTE

Autor: Manoel Cruz


A vila de Porto Novo está situada à margem esquerda do rio Corrente, ao Norte da Serra das Porteiras, 48 km, de Santana e a 54 km, de Santa Maria da Vitória.

Seu nome antigamente chama-se Curral Novo, tomado de um curral construído nos arredores, por Chico Rico, para amansador de gado. A propósito do primitivo nome da Vila, conta se que um filho de Chico Rico fora procurar fortuna em São Paulo, onde permanecera por largos anos. Ao voltar verificou que muitas transformações tinham se efetuado na vila.

Certa vez para mostrar quanto a convivência de São Paulo havia produzido na sua rusticidade ribeirinho, procurou o estabelecimento comercial de Raimundo Luiz Ferreira, então sócio do Coronel Moisés Martins de Oliveira para a compra de uma garrafa de querosene. Explica Raimundo Ferreira que naquele momento faltava-lhe o artigo, ao que Inocêncio, supondo que seu interlocutor ignorasse o que fosse querosene, respondesse; “Talvez o senhor ignore que querosene é o mesmo que gás”! E Raimundo Ferreira a quem não faltava a presença de espirito. Disse-lhe numa ironia fina: “Sim, Inocêncio, quando você saiu isso aqui se chama Curral Novo, porém, chama se Porto Novo. A criação do Porto data mais ou menos de sessenta anos.

 

Fazia-se anteriormente o embarque e desembarque de mercadorias em Bem-bom, a margem esquerda do Corrente, pouco abaixo da fazendo de Abílio Antônio de Oliveira. 

É inacreditável, mas no passado Porto Novo, fora um verdadeiro cérebro comercial da região, havia aqui um movimento fabuloso que gerava muita riqueza e com isso a pequena vila se prosperava e já tinha um presente estável economicamente, e fazia se planos para o futuro, até que um plano perverso e ousado, traçado pelos coronéis santanenses da época, deu fim ao desenvolvimento da tão prospera Porto Novo.

Toda produção madeireira de Penamar, e outras cidades do além Rio Corrente fazia-se em carro de boi, atravessando a casa velha da Fazenda Missão e desembarcando-a em Bem Bom. Sabe-se que a fortuna de várias pessoas, como: Serapião e Clementino Nunes dourado, fora obtida no comercio de madeira feito por esses antigo meio e caminho de acesso o rio corrente. Posteriormente com o florescimento do comercio com o Brejo e em consequência das construções que foram surgindo em Curral Novo, o porto de Bem Bom foi abandonado e utilizado o de Curral Novo que passou a denominar-se PORTO NOVO DO CORRENTE, por concorrência ao porto de Santa Maria da Vitória município circunvizinho.

A Vila de Porto Novo, é até hoje por obra da natureza servida pela via natural de transporte o rio corrente, que também serve os municípios de Santa Maria da Vitória, São Felix do Coribe, Serra do Ramalho e Sítio do Mato, vindo a desaguar no Rio São Francisco já no Município de Bom Jesus da Lapa. Com Santana, sede do município, o acesso era feito até 1900, mais ou menos por um trilheiro, quando o coronel Francisco Joaquim Flores autorizou a abertura de uma estrada carreteira que ficou conhecida como a estrada da rapadura.

Tal estrada, foi o caminho entre Porto Novo do corrente e Santana dos Brejos por vários anos; até que se inaugurou a estrada rodoviária, que se não fora construída sob condições técnicas favoráveis pelo menos serviu para encurtar distância e quebrar a monotonia e isolamento a que Porto Novo ficou sujeita em virtude da mudança da estrada da rapadura para Sítio do Mato.

O escoamento de toda produção do Brejo era feito através do rio corrente por meio de embarcações denominada VAPOR o Saldanha, foi o primeiro de uma série a realizar a façanha de fazer a primeira carreira do Rio Corrente: com ele se criou em Porto Novo vários órgãos públicos como a agência dos Correios, esse formidável meio de comunicação para todos nós. As malas do correio eram transportadas a cavalo pelo saudoso João Gomes da Silva, missão pela qual desincumbira com zelo e honestidade. Havia em Porto Novo na é poça, um campo de avião que permitia a aterrissagem de pequenas aeronaves, a agência dos Correios e telégrafos e algumas outras instituições públicas que desapareceram misteriosamente com o passar do tempo. Porto Novo tinha alcançado estrutura suficiente para tornar-se uma grande cidade, mas por conta da mudança de todo movimento do comercio, para Sitio do Mato, a pequena vila caiu-se num imenso buraco negro, e sofre até hoje as consequências, furto do abuso de poder dos homens públicos de Santana que diziam representantes do município e do povo.

A FÊNIX DA FÁBULA

A situação de prosperidade de Porto Novo como entreposto comercial reservado a firmar o intercâmbio entre Santana e as praças de Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e outras, viera sofrer súbito colapso quando, por ato por todos os títulos condenáveis e que não deve ser esquecido, ato sem sentido prático ou objetivo econômico, desviou-se o volume da produção agrícola do brejo para o porto de Sítio do Mato que na época era parte integrante do município de Bom Jesus da Lapa, vindo a emancipar-se no ano de 19 de julho de 1989 deixando à margem e abandonado o nosso Porto Novo do Corrente.

Encarado o fato sem maior exame, abstraindo-se de considerá-la nas devidas proporções, quanto ao tempo e ao espaço, a preferência de um porto comercial por outro, em município vizinho, apresenta uma inovação atraente. Olhada, porém, do ângulo da realidade, percebe-se que a mudança em questão era consequência de um plano comercial amadurecido, só sentido pelo desastroso resultado trazido a economia do município e da própria vila, que se tornou isolada e esquecida, vivendo pela teimosia dos seus próprios habitantes. Além disso a mudança de Porto não tinha por objetivo solucionar o problema da distância, tão pouco a necessidade de um porto melhor e mais segura, mas disfarçava um golpe comercial de envergadura.

Realmente um abalo econômico de Porto Novo, quando se operou a mudança de caminho de sua produção, era de vulto a não se confiar na sua sobrevivência. Executaram-na quando a vila encontrava-se florescendo, tendo adquirido, entre nós, foros de distinção a ponto de, reivindicando para si o primado econômico, julgava-se com direito de ingerir –se nas questões políticas. Daí se explica a atividade partidária de um Sr. Muito conhecido entre os mais idosos, de nome Honório José Alves, que da barranca do rio como trincheira, despedia petrados contra a situação dominante.

Referindo-nos a mudança do caminho da rapadura, queremos salientar que a mesma não se efetuara com apoio em nenhum fator geográfico nem se baseava em razões econômicas. Ao contrário, era produto de um plano ousado para solapar o comercio da vila, cuja intenção fora inteligentemente conseguida, tendo contribuído para isso o silêncio de tanto dos santanenses como dos homens de Porto Novo.

Como todas as iniciativas calculadas, a mudança em foco fora precedida de propaganda organizada, dando importância a preferência. Vingado o amaciamento da opinião pública, sem barulho, sem recriminações, era fácil ao astuto idealizado da mudança em segunda etapa, a mais perigosa e justamente a que lhe interessava esmagar o capital organizado da vila tentativa que não encontraria nenhuma resistência, deixando os comerciantes distanciados da produção e, com o fator atividade, melhor dito esperteza a base de confiança, que encontrara entre os agricultores do brejo, terra limpa e fresca, estaria praticamente liquidado todo o comercio de Porto Novo, mesmo porque nenhum dos comerciantes da vila teria a lembrança de se transferir para o brejo para a “cabeça-de-ponte” de uma concorrência emparelhada ao novo caminho, mas mesmo assim, houve várias famílias que abandonaram Porto Novo, ou seja trocaram-na pela cidade de Santana e de certa forma deram-se muitíssimo bem economicamente.

Os homens de Porto Novo, que assistiram de braços cruzados à audaciosa armadilha reservada ao deslocamento do comercio de um porto para outro, tinham os olhos cobertos pela poeira das paixões políticas cultura arcaica existentes nas pequenas cidades principalmente do nordeste; e por isso não estavam suficientemente calmos e conscientes para compreenderem a ratoeira em que se deixaram cair, nem senhores de si mesmo, com a presença de espírito devida, para darem o grito contra tal golpe político ao seu interesse, que também era comum ao município.

O progresso, entretanto, obra como os fatores externos de índole geográfica, num processo seguro e lento, vencendo o tempo e abrindo caminho nas montanhas, operando o prodígio mitológico de, como a Fênix da Fábula, Porto Novo vir a erguer-se das cinzas.

Nota: Na administração do Dr. Francisco Flores, fora construída a rodovia Santana – Sitio do Mato, ligação que era um imperativo do intercâmbio com as cidades sanfranciscanas e outras.

Nunca, entretanto, se pensou em deslocar para Sitio do Mato o peso da produção do brejo. Só posteriormente se deu execução a esse malfadado plano, que teve início com a construção de armazéns de carga em Sitio do Mato. Enquanto não se consolidou a mudança do caminho não se procedeu à construção da rodovia Santana Porto Novo.

A emoção-choque produzida no povo de Porto Novo em decorrência da mudança do porto de embarque para Sitio do Mato, é uma dessas feridas tão profundas que não podem ser cicatrizadas facilmente. E com muita razão, pois se aquela gente brava e ativa faltassem as reservas morais, aquele espírito de combatividade e constância, que foram como que a muralha inexpugnável anteposta à rendição incondicional, então seria o caso de descrermos do homem e rebaixarmos a zero todo o tesouro de experiência encofrado pela psicologia moderna.

Daí a razão, que muitas vezes se manifesta acerca, de lançarmos nossa condenação ao imperdoável desamor à nossa terra e à nossa gente, apontando fatos que nos pareçam e fazendo causa comum com o povo, na certeza de que, se não lhe podemos matar a fome ou inimizar-lhe o sofrimento, ao menos possamos consola-lo na adversidade e nos desencantos.

Explicação nenhuma pode ser oferecida a esse distanciamento da coletividade, deixando-a sozinha em momento difícil, sem qualquer interesse em pulsar-lhe as aflições ou solidarizar-se com seu restado de penúria.

Se apreciarmos com isenção de ânimo o golpe desfechado contra a então próspera Porto Novo e contra os interesses sagrados do município, que o foram, chegamos a ver, sem o auxílio de lentes de aumento, que nossa gente da cidade como do campo está entregue a própria sorte, estando perfeitamente aforada, como verídica, a canção popular, ao menos entre nós, de que “O pobre vive de teimoso”.

Nessa divagação à caça dos sintomas e causas de tantos problemas sociais que aflige quase 80% da população do nosso município, encontram-se razões, exatamente no descanso incompetência e desamor as coisas públicas.

O princípio governamental de que o homem público deve promover o bem estar do povo, tornou-se expressão lucrativa e vazia de sentido. Ainda, infelizmente encontra-se no setor da administração, o enquisilamento pela rotina, teimosia, gosto pela reprodução das mesmas cenas e adoção das mesmas medidas. Há muitos lustros se conhece a atividade do poder público municipal em resolver a presença de porcos, jumentos, bovinos e outros animais no perímetro urbano da cidade. Entretanto todos esses animais, ainda hoje perambulam pelas ruas da cidade. É possível que administrar ou gerir os negócios públicos consiste apenas em receber impostos ou multas, ou em promover medidas tendentes a solução dos problemas mais palpitantes do povo?

Não se precisa ir tão longe para informar-se de quanto pesada é a barra de chumbo amarrada aos pés da administração, que tem enormes dificuldades de enfrentar com decisão os problemas do município. Se ações tão simples como a retirada de animais das ruas, imagine os demais problemas.

Então eu lhes pergunto; há algum interesse pela causa pública? Positivamente, não. Como pode ser explicada a transferência para Sitio do Mato o peso da produção do Brejo, desviando-a de Porto Novo e do município de origem?

Qual o resultado prático que teve a construção da estrada da carreteira que por dezenas de anos, serviu de caminho civilizado?

O impatriotíssimo, só praticado pela ojeriza às coisas de nossa terra, poderá ser justificado em que por Sitio do Mato passavam vapores de grande porte que faziam a carreira por todo alto e baixo São Francisco e que os vapores que cruzam as águas do Rio Corrente são de pequeno porte e não teriam a regularidade dos vapores que singram o São Francisco, por isso haveria praça para o embarque dos produtos do município. Esse argumento é falho. Para manter a navegação do Corrente o governo jamais negou na época, a subvencionar as empresas que exploravam o comercio do transporte, preferindo carregar o orçamento com gastos dessa natureza a deixar o povo isolado.

Verifica-se o contrário ocorria, com as mercadorias de Porto Novo, que nunca ficavam sem praça nos vapores em Sitio do Mato, apesar dos inúmeros navios que faziam a carreira, no entretanto nem sempre havia praça para as mercadorias do brejo; é que os vapores de grande porte, cortando as águas do São Francisco, serviam a muitas praças, ao passo, que os poucos que faziam a linha do Rio Corrente, posto não tivessem a regularidade dos primeiros, sempre saiam lotados, nunca deixando carga para traz. A verdade disso é que os vapores que subiam até Santa Maria da Vitória eram mais do que suficiente para se manter em dia todo o transporte de mercadorias produzidas em ambas as margens do Rio Corrente.

Assim, Porto Novo ficou por anos como praça morta e sua população, prejudicada no comercio de rapadura, na qual cifrava toda sua atividade e economia, foram obrigados a procurar, para sobreviverem, outro gênero de vida na agropecuária.

Compelido pela inclemência da terra e do clima, há cerca de um século registrou-se o primeiro movimento de massa, que saindo de MACAUBAS/BA e municípios circunvizinhos, deveria formar no brejo a primeira aglomeração humana, matriz das gerações de hoje, e formadora do município de Santana.

Todos os deslocados tinham uma afinidade comum de interesse; assentaram a tenda de trabalho à beira d´água permanente, fugindo ao drama das secas periódicas. E trazendo para aqui, marcados na própria carne, a experiência de dias incertos, revelam no seu todo somático e moral a valentia contra o meio físico, a constância no trabalho, o desejo de progredir não tardando, como os romanos, a reunir em núcleo, a construir prosperidade e consagrarem-se a cultura da cana-de-açúcar.

Pela riqueza das terras situadas à orla dos riachos verificamos que todas elas se prestam admiravelmente à cultura de todas gramíneas do arroz às espécies forrageiras; o feijão, o milho a mandioca a melancia o amendoim o melão e a cana-de-açúcar, da qual a rapadura é extraída.

A zona onde se desenvolvera a cultura da cana-de-açúcar fora batizada com o nome de “BREJO” e por “BREJEIRO” a população que vivia na área da cana-de-açúcar.

Por ser mais lucrativa, porque mais procurada, a cana-de-açúcar, foi se alastrando de modo que, a mais de um século, o produto não só bastava ao autoabastecimento, como procurava caminho para seu escoamento, o primeiro sintoma de expansão econômico do brejo. Foi nessa emergência que o Coronel Francisco Joaquim Flores, líder político de nome, ocorreu a luminosa ideia de transformar os trilheiros que ligavam Santana a Porto Novo em uma estrada da civilização, porque se espertávamos o derivado da cana-de-açúcar, pelo novo caminho recebíamos, através da estrada liquida o rio corrente, as mercadorias, o correio, o viajante, a moda o comercio de cultura e ideias, o que fazia de Porto Novo o cérebro de Santana.

Se perguntar a uma pessoa que vivera nessa época, certamente lembrará com saudades a chegada de João Gomes, montado em sua mula escura, pelo de rato, trazendo à garupa as malas do correio e, quando no perímetro da cidade, era saudado e recebido em festas pelas novidades que trazia. Aquele apinhamento de homens, mulheres e crianças à volta da casa de José Abobara, aquele tempo, que para muitos fora de glória e felicidades.

Porto Novo se formou, assim, por um imperativo de natureza econômica, o caminho da RAPADURA, baseando nesta toda sua atividade comercial, desinteressando-se pela lavoura, raramente cuidada na barranca do rio, após a vazante, por isso que pedia tudo ao Brejo, desde a farinha o feijão, o arroz e a rapadura.

 


3 comentários:

  1. Prezado Uilton, como consigo contato com você. minha família é originário de Porto Novo. Sou bisneto de Herculano Batista Nepomuceno.

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